terça-feira, 30 de junho de 2015

CONHECENDO MAIS SOBRE O ORIXÁ BARA

Bara-Exu é o senhor dos caminhos, caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou distanciarem-se. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos. Principal responsável pela ligação do mundo espiritual ao mundo material, (Orun-Aiyé). Entre dois caminhos lá está ele guardando, indicando. Não se faz nada pelo candomblé ou nação antes de agradar Bara, pois é o único orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais orixás. Tanto na passagem, como na comunicação, por isso é considerado o mensageiro. exu é um orixá tão importante quanto todos os outros orixás. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos. exu é erradamente sincretizado pelo diabo cristão. Por ser um orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, orixás, espíritos, etc. e sendo o elo de ligação entre esses mundos, exu possui múltiplo contraditório, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento, etc., ou seja, é o orixá mais humanizado do panteão, pois em seus arquétipos incluem-se as impurezas causadas ou existentes nos homens. Devido a esses aspectos foi sincretizado pelos primeiros missionários com o Diabo Cristão. Todo orixá possui o seu Bara, que é representado por um quartinhão onde são colocados 21 cauris (búzios), que é chamado de Kolobô.

"O Mensageiro dos Orixás"

"A palavra EXU em iorubá significa "ESFERA", aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exu, serve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação,  é  o princípio   de tudo, o   nascimento, o  equilíbrio  negativo   do Universo, o que não quer dizer coisa ruim. Exu é a célula da criação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo em tudo. Está presente,  mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a  capacidade dinâmica de tudo que tem vida.   Principalmente  dos  seres  humanos, que    carregam em seu plexo  este  elemento dinâmico denominado Exu.    No candomblé é chamado Bára, ou seja, "no corpo", preso a ele. É  a abertura  de todos  os  caminhos  e a saída de todos os problemas.  Aquele   que  ludibria,  engana, confunde; mas, também ajuda, dá caminhos, soluciona.Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando os sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e   armazenamento de energia), as sete cores, as sete auras É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento. Sua função de contato entre o homem e os demais orixás  faz   com  que  supere o  real, e atinja  o mágico. São os orixás que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz a resposta.É o fiel mensageiro daqueles que o enviam e que lhe fazem oferendas. Esù tem as qualidades de seus defeitos, é dinâmico e jovial. Foi ele também quem revelou a arte da adivinhação aos humanos. Seu lugar de origem é impreciso. 

É a Esù que devem ser feitas as primeiras louvações e oferendas. A isso se chama, no Brasil, "despachar" Esù, com um duplo objetivo, o de despacha-lo como mensageiro para chamar e convidar os Òrìsà para a cerimônia e também de despacha-lo, envia-lo para longe, afin de que ele não venha a perturbar a boa ordem da festa por meio de gracejos de mal gosto. Os fios de conta das pessoas protegidas por ele são vermelhos e pretos e a segunda-feira é o dia que lhe é consagrado. Dizem na Bahia que existem vinte e um Esù; outros falam de sete, ou de vinte vinte e uma vez vinte e um, mas ele é ao mesmo tempo múltiplo e uno. Eis os nomes de Esù, segundo um informante: Elegbara, Alaketu, Lalu, Jelu, Run Danto." Pierre Verger ( Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns )